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terça-feira, 30 de julho de 2013

Quase 80% das melhores empresas para se trabalhar têm ações antidiscriminação.

A maioria das empresas que foram selecionadas pelo instituto de pesquisa Great Place to Work têm mecanismos para coibir a discriminação no ambiente de trabalho. A organização, que premiou 130 empresas como as melhores para se trabalhar no Brasil, notou que 79% delas têm práticas para coibir a discriminação sexual.  A discriminação de origem étnica é a mais combatida --82% das companhias a coíbem. 
 
Os mecanismos de combate à discriminação são, por exemplo, treinamento específico para isso e linha direta para que os profissionais possam tratar de assuntos deles de maneira sigilosa. 
 
Recentemente, os Correios foram condenados a pagar R$ 20 milhões de indenização por dano social e moral coletivo por causa de um episódio de discriminação de uma trabalhadora com deficiência visual. 
 
A funcionária, que foi demitida após um período de estágio, afirma que não havia condição adequada para ela trabalhar --durante o treinamento não havia computador adaptado e nem apostilas em braile.
 
Correios são condenados a pagar R$ 20 milhões por discriminação 
 
Os Correios foram condenados em primeira instância pela Vara do Trabalho de Gurupi (TO) a pagar R$ 20 milhões de indenização por danos social e moral coletivo. A justiça entende que houve discriminação de uma trabalhadora com deficiência visual, demitida após o período de estágio comprobatório. 
 
Desse valor, R$ 10 milhões serão destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador e os outros R$ 10 milhões serão enviados à Associação dos Portadores de Deficiência do Estado de Tocantins. 
 
A decisão também determina que a funcionária, Vânia de Souza Gomes, receba pagamento de R$ 188,5 mil por danos morais. Em nota, os Correios afirmaram que vão recorrer da decisão. 
 
A funcionária, moradora de Gurupi, acusa os Correios de demissão discriminatória e de não oferecerem condições de trabalho adequadas para pessoas com deficiência visual. 
 
No processo, Vânia afirma que foi aprovada na vaga destinada a pessoas com deficiência para o cargo de agente de correios/atendente comercial em concurso público do órgão. 
 
No treinamento, na capital Palmas, afirmou não ter tido acesso a computadores adaptados ou apostilas em braile. Depois dessa etapa, foi lotada na cidade de Marianópolis, que fica a 288 quilômetros de Gurupi e onde também não foram feitas adaptações físicas ou tecnológicas que viabilizassem o desempenho das atividades pela empregada. 
 
Segundo a trabalhadora, o funcionário responsável por seu treinamento passou as informações apenas para a outra empregada aprovada no concurso. 
 
Após o período de estágio comprobatório, Vânia diz ter sido demitida, sem que os Correios fizessem as adaptações necessárias para que pudesse trabalhar. 
 
Na decisão, o juiz do trabalho Alcir Kenupp Cunha confirmou ainda a reintegração de Vânia aos quadros dos Correios, mas com lotação na cidade de Gurupi. 
 
O procurador do trabalho Carlos Eduardo Nassar afirma que a decisão demonstra a importância de garantir um meio ambiente adequado, inclusivo, acessível e aberto às pessoas com deficiência. "A condenação contribui para evitar quaisquer tipos de discriminação contra pessoas com deficiência, e garante que as pessoas tenham um tratamento previsto constitucionalmente", diz. 
 
OUTRO LADO 
 
Em nota, os Correios confirmam que vão recorrer da decisão judicial. Veja a íntegra do comunicado enviado à Folha: 
 
"Como empresa inclusiva, os Correios mantêm em seu efetivo hoje cerca de 7 mil pessoas com deficiência. Nos concursos, a ECT destina 20% de vagas às pessoas com deficiência - acima dos 5% exigidos pela legislação. Os Correios vão recorrer da decisão judicial".

Fonte: Folha de São Paulo, 23.07.2013

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